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UM APELO

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É um DESABAFO seguido de um APELO. Não quero comiserações. O objetivo do texto é sensibilizar os pesquisadores dessa síndrome conhecida por #fibromialgia . Puxa vida... É minha filha. Mas, se esse fato não bastasse para explicar, te digo: ela estava radiante!! Ela tem o nosso espírito: ama dançar, ama exercitar seu corpo,  ama estar com as pessoas, ama brincar e sorrir, enfim... ama viver, como nós, seus pais. Ela merece que eu coloque minhas dores num quarto escuro, disfarce as marcas da dor na minha face com corretivos, bases e batom, vista um saião, coloque o calçado possível para os pés torturados, uma flor no cabelo e me sente o menos dolorido possível para assisti-la dançar e brincar com outras crianças, ao redor de uma fogueira junina. Ela merece que eu sorria de volta, mesmo que a vontade seja de chorar de tanta dor... Mas, quis o destino que ela viesse para nossa vida num momento de ocaso. Um inverno longo e rigoroso é o que penso... e isto me dá força pra cont

Como será o amanhã?

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A síndrome da fibromialgia tem uma característica enlouquecedora de não sabermos como será o nosso amanhecer, nem o nosso entardecer,  muito menos a nossa noite. Por ser uma síndrome que tem fortíssima ligação com o sistema nervoso, qualquer coisa pode disparar um gatilho de memória dos nossos muitos traumas passados ou de situações estressantes vividas. Quando isso acontece, a gente mergulha em um mar de dores pois, o corpo se retesa involuntariamente, virando um círculo vicioso: corpo retesa=dor=corpo retesa ainda mais=mais dor e ad infintum... Muito difícil de sair desse círculo e por isso as crises duram meses. Tenho tentado realizar tarefas que não exigem grandes esforços - como arrumar a cama, lavar uma louça, etc - e não ficar muito tempo nelas. Descobri no crochê uma forma muito prazerosa de voltar a me sentir útil e ao mesmo tempo,  uma terapia ocupacional que me fazia esquecer a condição limitante. No entanto,  o músculo chamado "trapézio", na sua parte supe

Sobre recomeços

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Fazem 11 meses que faço psicoterapia semanal. Já me sinto mais fortalecida pq consigo compreender as coisas do meu passado, dentro do contexto daquele passado, mas com a percepção da adulta que sou agora. Percebi que não entendia ações da minha deusa  (minha mãe) e tinha mts perguntas pra fazer ao meu pai. Perguntas que, só agora percebo, não vão mudar o passado e e nem vão curar todos os traumas psíquicos que ficaram de uma infância e adolescência roubadas. Qdo entrei pro magistério,  por conta dessas coisas vividas, eu não sabia o porquê mas, minha alma exigia que eu fosse pra escola pública, na base, ensino fundamental. E assim iniciei minha carreira em 1992. De lá até 2012, ficava analisando e avaliando os alunos pelo seu contexto pq muitas literaturas, como a Inteligência emocional, me mostravam (e o o meu inconsciente me dizia isso) que se o ser humano não estiver bem minimamente com suas emoções,  vc pode criar a metodologia mais eficiente do mundo mas, o aluno não conse

A montanha russa da fibromialgia

Eu estou bem. Dores só na parte esquerda do corpo  (o lado mais acentuado da escoliose e pra onde minha coluna tá entortando). Me impediu de fazer a atividade aeróbica do dia (caminhada) agora pela manhã.  Fiquei a manhã toda na rede,  enrolada na manta em pleno 26°C! Se à tadinha eu melhorar dessas dores eu vou tentar caminhar!  Quanto ao estado emocional, ando com uma angústia no peito e não consigo identificar o motivo ou que gatilho foi disparado. Já faz uma semana que estou assim e tive que recorrer ao Rivotril,  senão não durmo e isso é um veneno pra fibromiálgico!  Tenho tido dificuldade pra dormir novamente, por causa da crise de angústia.  Minha cabeça tá com o sistema de alerta ligado mas, não vejo a ameaça. E às vezes transpiro demais msm estando com frio - esses estados me deixam ainda mais angustiada por não saber o que fazer pra desligar o alarme. Enfim, vou seguindo com as medicações e meditações.  Faço leituras edificantes pra não perder o rumo no meio dessa crise

Sobre como eu passei a entender a fibromialgia em mim

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Hj entendo porque desenvolvi a fibromialgia. Foi a única forma que meu cérebro achou para me proteger de mim mesma.  Esclareço: essa é a minha compreensão; em termos de fibromialgia, já entendi a muito tempo que os sintomas são comuns, mas o motivo que levou cada pessoa a desenvolver essa doença são muito peculiares, específicos para cada um.  Eu era workaholic  (fissurada por trabalho), perfeccionista,  preocupada com tudo e com todos, achava que eu era um Deus pra resolver e ajudar os outros (só não lembrava de ajudar à mim mesma); colocava a cruz dos outros nas minhas costas, achando que estava ajudando e que isso era um ato de solidariedade; nunca parava pra relaxar: minha mente era extremamente ativa pra resolver problemas e problemas nuca faltaram, desde familiares até no trabalho. Vivendo desse jeito, eu já havia percebido que não podia mais continuar. Aos 42 anos de idade eu já percebia que estava mais do esgotada e que já havia sido resiliente por tempo demais, só

PRECISAMOS FALAR DE SENTIMENTOS E EMOÇÕES

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Para cego ler: um conjunto de carinhas com diversas emoções e sentimentos, semelhantes aos emoticones muito usados nas redes sociais. Já fazem muitos séculos que não avançamos em relação a falar de nossos sentimentos e emoções. Construímos uma sociedade em que uma doença física – que pode ser vista, tocada e que se manifesta materialmente – tem mais atenção e as pessoas se sentem mais à vontade pra falar do que sobre as doenças emocionais, ou seja a saúde psicológica. Da mesma forma, nossos pais ou a escola não nos ensinaram a expressar nossos sentimentos e emoções. Pelo contrário, desde os 2 anos de idade era comum ouvirmos coisas do tipo:  “engole o choro!” ; quando estávamos expressando uma frustração muito grande; “não diga isso nunca mais!!” ,   quando nos enfurecíamos por alguma coisa dos 3 aos 5 anos de idade;  “você está sendo um MAL MENINO(A)” ,   quando batíamos o pé ou quando insistíamos em algo que achávamos que estávamos com a razão;  “cale

Relação entre depressão, fibromialgia e dores crônicas

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O Dr. Dráuzio Varella afirma que dor é uma sensação que surge quando há ameaça de dano aos tecidos e que as d ores crônicas podem ser devidas tanto a desordens do sistema responsável pela percepção quanto da inibição da dor.  A fibromialgia é uma doença debilitante causadora de dores musculares crônicas muitas vezes não diagnosticada pelos médicos. Os artigos médicos entendem a fibromialgia como consequência de um desarranjo nos mecanismos de inibição da dor.  De acordo com  [1] Manoel Teixeira, Professor Doutor do Departamento de Neurologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, o fenômeno doloroso resulta da interpretação do aspecto físico-químico do estímulo nocivo e da interação deste com características individuais como humor, significado simbólico atribuído ao fenômeno sensitivo e aspectos culturais e afetivos dos indivíduos. Não se pode considerar a dor crônica como uma versão prolongada da dor aguda. Quando os sinais de dor são gerados repetidamente os